Uma metamorfose radical se fazendo dentro de uma aparente imobilidade. É no contexto do isolamento causado pela pandemia covid19 que se faz a revista Pupa! Uma forma de prosseguir pensando sobre temas que nos movem, junto a autoras/es e artistas que admiramos. Produzir pensamento por meio de palavras, imagens, sons, sonhos. Acolher o não entender e prosseguir mesmo assim.
Há algo fora do âmbito das palavras que muito nos diz: praias de silêncio. A sensação, o corpo, o sonho: geografias outras. Essa revista é um convite a percorrer esses caminhos. Pensar, sentir e tatear temas como literatura/sonho, deslocamentos, arte/natureza, nomadismos.
Uma revista feita predominantemente por mulheres, em todas as etapas de produção: autoria, edição, projeto gráfico, divulgação e lançamento. Uma busca: dar a ouvir o que tem sido silenciado por séculos e séculos devido a uma visão de mundo vigente.
Ouvir as águas, microorganismos, insetos, pedras, fungos, estrelas, árvores, terra. Ouvir as mulheres. A poesia do chão, a multiplicidade do pensamento. Geografias presentes no papel, na pele, nas árvores. Escutar. Como afirma Marguerite Duras: “Em torno de nós, tudo escreve”.
Pupa: s.f. fase relativamente imóvel da metamorfose o movimento (imperceptível) de cada célula a transformação eminente escuta. *
Imagem de abertura: Felipe Vernizzi
Imagem 2: Mônica Ulysséa